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quinta-feira, 23 de março de 2017

Polystation, o clickbait da vida real? | Artigo


Em um mundo com Playstation's, Portáteis da Nintendo, Consoles da Microsoft e computadores onde você pode jogar games criados para ele ou emular jogos de outros vídeo-games, você provavelmente nunca cogitou em comprar um Polystation...Então porque tanta gente ainda compra este misterioso vídeo-game? Talvez seja por causa de seus exclusivos? Teria ele gráficos impressionantes? Seria sua engine algo inédito na industria de games? Mas, espera, você ao menos sabe o que é um Polystation? O Polystation nada mais é que um clone (como muitos que já existiram) do NES (um console da Nintendo lançado em 1983, popularmente conhecido no Brasil como "Nintendinho"). Sim meus caros, nada de gráficos revolucionários ou jogos exclusivos (a não ser claro que você tenha acordado de um coma de mais de 30 anos). Então porque diabos um clone de um console dos anos 80 ainda é tão vendido no Brasil quando você pode ter em mãos consoles mais atuais com games com uma engine bem mais interessante e poderosa? A resposta é muito simples, meus amigos. É UMA CILADA BINO!

Um dos motivos desse ícone de vídeo-game ainda ser muito vendido é porque ele é uma completa propaganda enganosa: Seu design é extremamente similar ao dos Playstation's da Sony, sim, em plural, pois você vai encontrar Polystation com design de todos os consoles numerados da Sony, o que faz qualquer  "iniciante" nos mundos dos games achar que ta comprando um Playstation ou ao menos algo muito similar (ou até melhor, como muito vendedor deve dizer hehe). Outro chamativo no Polystation é o seu preço que varia muito de 20 até 90 reais, mas não se engane é sempre o mesmo vídeo-game ali. Então imagina só, aquele pai que não sabe nada de jogos mas que tem um pirralho enchendo o saco pedindo aquele Playstation 4 maroto o tempo todo! O pai vai em um camelódromo da vida (porque Playstation nesses lugares costuma sair mais barato e vir com "vantagens") vê o preço salgado do bichinho (no minimo uns 1500 reais) e desiste na hora....Dai ele nota em outra banca um vídeo-game esteticamente parecido mas dessa vez com um preço bem acolhedor, o vendedor diz "pode levar senhor, é quase um preistation" e pimba! Temos a nossa vítima. Imagina só ele entregando o Polystation pro filho, o moleque abrindo a tampa do console e se deparando com entradas de cartuchos, seria muito engraçado se não fosse trágico, né? Mentira, é muito engraçado de qualquer forma, me desculpem. E olha, eu posso rir, porque já passei por isso, mas no meu caso eu era o desavisado.


Lá em 2003 eu não entendia NADA sobre vídeo-games. Eu só tinha aquele conhecimento popular da época de que "consoles de cd eram melhores que os de cartuchos", claro que eu já havia jogado alguns consoles na minha vida: Mega Driver, Super Nintendo e o PSone da minha prima. Mas não fazia a minima ideia de quais eram os consoles atuais e quais eram oficiais e quantos existiam. Era uma época em que eu realmente sabia pouco. Então um belo dia estava eu, sem nenhum vídeo-game porque eram muito caros para mim, olhando algumas lojas dessas de rua até que me deparo com aquela caixa alaranjada com a foto de um vídeo-game que parecia o psone da minha prima. O nome também lembrava muito, mas tinha um diferencial: Esse vinha com duas armas (uau, bem superior, né?). Acabei perguntando o preço por perguntar, já esperava uma resposta salgada que obviamente minha mãe não iria liberar. Eis que vem o plot twist: "É 30 reais." Fiquei uns segundos sem entender, pensei que era pegadinha, mas não era, aquele vídeo-game custava só 30 reais (seria roubado?). Não, não era, muitas lojas ali perto estavam vendendo daquele vídeo-game também. Obviamente eu não pensei duas vezes e comprei aquele que seria o meu primeiro vídeo-game. Ainda sem acreditar corri para a banquinha de jogos, para comprar um game para aquele tal de Polystation: "Hey, você tem jogos para Polystation?" - "tenho sim, olha ali na pratilheira" Eu olho, mas só vejo cartuchos - "mas ele não é de CD?" eu pergunto. O homem responde - "Não, não ~abre a tampa de um Polystation que ele tinha na mesa" - 'É cartucho". Olho para o vendedor com a mesma cara que você faz quando abre o congelador da sua geladeira e vê aquele pote de sorvete, mas ao abrir se depara com feijão. Se eu fiquei decepcionado? Imagina! Mas logo passou, afinal de contas era o meu primeiro console, de qualquer forma eu teria um vídeo-game, então a minha decepção foi brandada, querendo ou não, eu tinha algo ali para jogar.

E sabe? O Polystation foi muito bom e me divertiu bastante durante um bom tempo. Claro que atualmente ele não deve fazer o mesmo com a geração atual. Seus jogos são facilmente emulados no computador e você pode joga-los até mesmo no Click Jogos, sem contar que você tem games bem mais evoluídos para celular e hoje em dia até seu periquito tem um celular, mas para uma época onde eu não tinha internet e conhecia pouco sobre jogos ele foi de grande ajuda e divertimento (claro). Foi nele que eu joguei meu primeiro Mario Brós, e poxa, ele era cheio de Mario Brós, afinal ele tinha como propaganda o fato de ter 999 jogos em sua memória...O que não era revelado é que a maioria desses jogos eram Mário Brós com mods (basicamente o que acontece muito atualmente com GTA San Andreas nas bancas de games da vida. Eu vi esses dias um Zelda Breath of the Wild com logo do Playstation 2 em uma dessas bancas. Tenho certeza que deve ser Gta SA com um mold de Zelda, mas não comprei para testar, se alguém comprou conta ai). Outro jogo que me marcou muito no Polystation era o endemoniado Circus Charlie que tinha uma fase muito cultuada, onde quase ninguém conseguia passar, ao menos é sempre isso que escuto, eu mesmo nunca consegui (maldito trampolim). Não vamos nos esquecer do jogo de futebol (não me recordo o nome agora) mas divertia muito se jogasse a dois, mesmo com aqueles bonecos meio quadrados, meio que parecendo mascotes de companhias de gás. O Polystation era tão cara de pau que eles enganavam até em seus cartuchos. Já comprei muitos cartuchos que vinham com imagens legais mas o jogo era totalmente diferente ou ele se quer vinha de fato no cartucho.

Obviamente eu tive mais momentos frustrantes com o Polystation do que bons: Ele era feito de um material muito ruim (plasticão daqueles péssimos), não tinha como salvar os jogos, existiam poucos títulos bons - ao menos era difícil encontrar títulos legais pois nem os cartuchos eram confiáveis - como eu disse lá em cima: as vezes nem vinha o jogo que estava na capa.  Mas tudo isso já era de se esperar de um console ilegal, que finge ser de CD/DVD/Blueray mas é cartuchão dos anos 80, que provavelmente é feito com peças contrabandeadas ou falsificadas. Então, sim, podemos considerar o Polystation como um clickbait da vida real, pois geralmente ele só é comprado por pessoas desavisadas ou com pouco entendimento sobre jogos, pois tenta enganar de todas as formas possíveis o consumidor, seja com sua capa, seu design ou até mesmo com sua descrição. Se você está com pouca grana tente um Nintendo 64 ou Playstation 1 no mercado livre, vai ser mais em conta pois duram mais (eu tenho até hoje meu Psone de 2004). Vale ressaltar que o Polystation nada mais é que um NES alterado, um grande console da década de 80, o vídeo-game de maior sucesso comercial da época e que criou padrões e mudou muita coisa no mercado de games. Seus jogos atualmente são esteticamente feios e sua engine demasiadamente fraca, mas para sua época foi um marco, que de certa forma, pelo Polystation ou por clones com outros nomes, ainda é repassado para a geração atual. E por mais que seus 8 bits sejam obsoletos para a geração Xbox one, ele ainda traz diversão para os menos afortunados (e menos avisados também).

Confira abaixo algumas histórias de desavisados com seus Polystations que peguei no fórum outerspace:







Imagina só? Todo mundo na expectativa de jogar um Gran turismo, um Fifa ou até um Resident Evil, mas tiveram que se contentar com Super Pikachu Brós.




Porra, a mãe deve ter gastado mais que vale uns 4 Polystations, sacanagem seja lá qual for a loja hahahaha





Esse é clássico...Quem nunca tentou se gabar em uma situação mas o tiro saiu pela culatra?

E se você não está familiarizado com nenhum dos modelos dos Famiclones (nome dado aos genéricos ilegais do NES), seja eles Polystation ou não, cheque abaixo algumas de suas diversas versões.

Para que Playstation 3 quando se tem o Funstation 3? It's Fun!
Huum, não gosta do Funstation? Tem algo estilo Microsoft para você então...Te apresento o X-game 360! Não preciso nem dizer que por traz desse porta disco tem uma entrada de cartucho, né?
Este não é um famiclone mas merece estar aqui pela cara de pau kkk, parece um PSP (playstation Portátil) mas na verdade é um daqueles mini-games horríveis que você compra na feirinha por 10 reais. É ou não é um baita de um clikbait?

E você? Já se divertiu ou se estressou com algum desses belos e potentes vídeo-ciladas, opa, digo, vídeo-games? Tem uma história para contar? 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Aspirando fantasmas em Luigi's Mansion | Resenha


Olá viciados, hoje eu tô trazendo a resenha do meu primeiro jogo finalizado de Gamecube. Gamecube foi um vídeo-game que eu sempre quis ter (mais pelo seu design quadrado e suas cores vivas do que por seus jogos -sim, isso mesmo, eu queria muito esse console por acha-lo bonito, mas claro que ter Resident Evil 0 e o Remake ajudavam um pouquinho). Entretanto eu nunca o tive e tô tendo a chance de joga-lo agora pelo Dolpnhin, que é um emulador bacaninha se você o souber configurar. Mas não to aqui para falar de emuladores e nem de consoles quadrados e sim de um jogo muito divertido que tive a chance de chegar em seu final hoje: Luigi's Mansion.



Luigi's Mansion foi lançado junto com o Gamecube, quebrando a tradição da Nintendo de seu primeiro jogo para um novo console sempre ser do mascote da empresa, que no caso, é o irmão famosinho do Luigi, o rechonchudo Mario. Acredito que foi uma ideia bem legal para trazer mais visibilidade para o Mario Verde (apelido carregado por Luigi por muuuitos anos). Em Luigi's Mansion você será encarregado de exorcizar o monte de fantasmas que infesta uma mansão e para isso você irá contar com um aspirador de pó!!! Sim, isso mesmo, ao menos o seu design lembra muito o de um aspirador de pó, mas o nome real da arma é Poltergust 3000 que é capaz de iluminar o local (espantando os fantasmas) e aspirar todos os seres ectoplasmáticos para dentro dela. Você também conta com um "Game Boy Horror" que é basicamente um mapa digital (um GPS?) e que também serve para você se comunicar com o outro personagem do game, o Professor E. Gadd que instrui Luigi durante o jogo para que ele consiga capturar todos os fantasmas.

A história do jogo é bem simplista. O Luigi ganhou uma mansão, e para comemorar ele convida seu irmão Mario para se juntar a ele. Luigi acaba se perdendo e chega atrasado na mansão e se depara com a aterrorizante situação: Sua mansão está cheia de fantasmas e eles capturaram Mario. Para chegar até seu irmão de vestes vermelhas, Luigi terá que enfrentar diversos fantasmas, dentre eles os chefes que após derrotados liberam uma chave para destrancar mais um comodo da mansão assombrada. O ponto alto deste jogo não está na história e sim na sua jogabilidade única e cômica. Caçar fantasmas aqui não é horrificante mas divertido. Todos os personagens são bem caricatos e existe diversos tipos de fantasmas: Os que aparecem pelo teto e soltam bombas, os que te agarram por trás, os que dão murros, os "boos" que são responsáveis pela captura do Mario e tem 50 espalhados pela mansão e você deve captura-los para enfraquecer o chefe deles. O que a maioria deles tem em comum é o medo da luz. Basta virar a lanterna em sua direção que eles irão desaparecer. A alguns que se protegem com uma máscara, você deve sugar a mascara deles com seu aspirador para depois capturá-los. Os chefes fantasmas são bem divertidos de se capturar pois eles ficam "escondidos" nos cômodos protegidos de sua lanterna. Para conseguir enfraquece-los você deve fazer algo no local que o incomode; Por exemplo, existe um fantasma que fica no banheiro tomando banho em uma banheira cheia de água. Você deve congelar essa água para irrita-lo a ponto dele sair de lá. Cada chefe fantasma tem seu modo de ser incomodado tendo que fazer você quebrar um pouco a cabeça para saber o que tem de ser feito ali.

Os puzzles não chegam a ser difíceis, e a dificuldade do jogo é bem branda em seu geral. A única coisa que me incomodou foi os fantasmas normais "voltando a vida" mesmo depois de você ter limpado aquele local, mas isso só acontece em lugares sem eletricidade, mas mesmo assim irrita um pouco. Outra coisa que vejo como desnecessária são as moedas/dinheiro/diamantes que existem no game. Eles não servem para absolutamente nada durante o jogo, talvez para melhorar seu Rank quando finalizar o jogo e para comprar uma mansão melhor pro Luigi após finalizar o jogo. Quanto mais dinheiro você arrecadar maior será a mansão que ele ganhará, mas apenas isso. Um total desperdício de tempo pegar aquele dinheirão, aquelas joias que a gameplay faz você pensar que vale algo para no final não poder usa-las durante o jogo. Sério, existe alguns chefes que em vez de liberarem chaves após derrotados, liberam joias e dinheiro. Existe uma sala secreta no jogo cheia de dinheiro. 


O jogo também traz uma mecânica de "elementos", sua Poltergeist 3000 pode atacar com fogo, água ou gelo. Para isso você deve encontrar as três joias que representam cada um desses elementos, após isso basta chegar em uma torneira, geladeira ou fogueira e aspirar, com isso saíra um "fantasma elemental" ao suga-lo você terá o poder respectivo em sua arma. Usar esses elementos é importante, pois durante a gameplay você encontrará fantasmas que só serão vencidos usando um elemento. Se você encontrar um fantasma de fogo você terá que usar água para vence-lo, se encontrar um fantasma de água você terá que usar gelo para derrota-lo, além de alguns puzzles que também necessitarão dos elementos. A sua barra de vidas é baseada em corações. Qualquer dano que você sofrer te fará perder vários corações. Tu poderá encontrar mais em diversos locais, checando cada móvel dos quartos e matando fantasmas - porque alguns deles soltam corações.

Luigi's Manson foi uma excelente escolha para iniciar minha jornada pelos jogos do Gamecube, muitas pessoas o acham pequeno, eu achei na medida certa, ele diverte, cumpre seu principal objetivo como jogo, e claro, tem gráficos bem legais para  época em que foi lançado. Talvez você ache o jeito que ele anda estranho, mas é uma característica unica do jogo, junto com a trilha sonora composta do Luigi assoviando com estremecidas na voz devido ao medo que está sentido e a musiquinha tema - bem clichezona mesmo de filme cômico de fantasmas. Eu definitivamente jogaria novamente, mas agora creio que irei dar uma olhada na continuação pro 3ds. Se você estava em duvida sobre jogar ou não eu deixo claro que é um jogão. Engraçado, diverte, inimigos caricatos, puzzles interessantes e uma experiencia única. Me senti no filme Os Caças Fantasmas ao jogar, acredito até que ele seja bem inspirado naquele filme, afinal tem várias semelhanças.


Gráficos: 8,0
Jogabilidade: 9,4
História: 7,0
Desenvolvimento da história: 7,5
Personagens Carismáticos: 8,9
Musica: 8,2

NOTA FINAL: 8,1

segunda-feira, 20 de março de 2017

To The Moon: Uma história sobre Autismo e Origamis | Resenha

To The Moon é um jogo de aventura com a jogabilidade baseada em Point and Click que foi lançado em 2011 para PC - um daqueles jogos indies feitos pelo RPGMAKER e vendidos pela STEAM. A primeira impressão que geralmente se tem de jogos assim nem sempre são boas, afinal é um game com gráficos em 2D feito por um programa que qualquer um tem acesso, e isso em tempos de Xbox One e telas com resolução a 4k, infelizmente já não são bem vistos. Mas To The Moon vai muito além de gráficos, afinal teve uma equipe talentosa por trás, que foi capaz de nos trazer uma história completa, que qualquer estúdio grande de jogos (ou até mesmo de filme) ficariam com inveja. Antes de começar a ler fique ciente que esta resenha contém spoilers da história do jogo. Se quer aproveitar 100% a experiencia que To The Moon traz aconselho a ler somente após terminar o game.

Quando eu peguei este game para jogar eu já sabia que me emocionaria devido a uma resenha onde dizia que esse jogo teria uma história triste e que a maioria que o jogava se sensibilizava, mas eu não sabia absolutamente nada sobre sua história ou o que eu deveria esperar ali, muito menos que ele abordaria assuntos tão maduros e seria uma trama bem inclusiva. Em To The Moon você precisa conhecer os seguintes personagens:  Dr. Eva Rosalene e Dr Neil, que são médicos que tem como função entrar na mente de seus pacientes que estão a beira da morte e modificar suas memorias, de uma forma que os faça  acreditar que realizaram o seu maior desejo durante a vida (eles são contratados para isso). Esses dois personagens são bem diferentes. A Dr. Eva é a mais emocional, divertida e empática, já o Dr. Neil pode ser um completo idiota, que sempre faz piadas e tenta esconder seus sentimentos. Os dois juntos protagonizam quase todas as cenas engraçadas do jogo, contribuindo com diálogos dinâmicos e carismáticos, frequentemente proporcionado pelo contraste de suas personalidades.

Os outros dois personagens que você precisa conhecer são Johnathan Wyles (o senhor que contrata o serviço dos doutores para realizarem seu último pedido) e River Wyles (a esposa já falecida de Johnathan). Esses são personagens que você verá com frequência durante a gameplay e em diferentes fases de suas vidas. Perceba que, quando os Doutores acessam a mais recente memoria do Johnathan e explicam que são os médicos que ele contratou para realizar seu ultimo desejo, ele simplesmente diz que é ir para a lua. Ele não se lembra o porquê ou quando surgiu essa ideia, ele só sabe que quer ir para a lua. E para descobrir o real motivo dele querer ir para a lua e assim poder construir em sua memoria esse desejo sendo realizado, os doutores precisam voltar nas recordações dele buscando pelos cenários objetos e lembranças que façam ir mais e mais além, ate chegar em sua fase infantil e por fim descobrir o porquê desse desejo.

A jornada pelas memorias de Johnathan geralmente são de momentos com River, sua esposa, que foi diagnosticada tardiamente com asperger, que é um tipo de autismo mais brando que basicamente interfere no modo em que a pessoa interage socialmente. Pessoas com síndrome de asperger tendem a gerar interesse obsessivo por algum tema também. No inicio do jogo vemos muitos patos feitos em estilo origami espalhados no porão da casa de Johnathan e no Farol - local muito querido pelos dois. Mais tarde descobrimos que esses patos foram criados por River. Existe um motivo por trás dessa obsessão pelos patos que a River tinha, ela tentava fazer seu marido se lembrar de algo, e como sua síndrome a impedia de certas habilidades sociais, a maneira que ela viu de tentar fazer seu marido lembrar-se era com o patos em origami, que de certa forma, fazia parte dessa memoria perdida por ele. Algo que achei muito interessante nesta personagem foi o fato da doença que ela carregava não atrapalhar em nada em sua vida, o criador mostrou que ter esta síndrome não a atrapalharia de ter uma vida praticamente normal. Ela estuda, se forma e se casa. Ela é capaz de tudo que alguém sem a síndrome é, apenas se limita em sua habilidade social - fato que é trabalhado durante a gameplay. Vemos uma conversa do marido de River com uma amiga dela - também portadora de Asperger, onde ela explica algumas limitações causada pela doença e como admirava River por ser ela mesma, sem precisar usar uma máscara para viver entre os "normais".

Quando os doutores conseguem ter acesso a uma memoria muito antiga de Johnanthan, quando ele ainda era uma criança, eles descobrem que ele tinha um irmão gêmeo que foi morto acidentalmente pela própria mãe enquanto ela tirava o carro da garagem. Este foi um evento muito traumático - seria para qualquer um, imagine então para uma criança, perder seu irmão, por um acidente causado por sua própria mãe. Devido a isso, sua mãe provavelmente, o colocou em um tratamento do qual ele inseriria pilulas que o faria esquecer que teve um irmão (algo possível no universo futurístico que se passa o jogo), mexendo assim com todas a memorias que ele teve até aquela data em especifico, e era exatamente por isso, que ele não conseguia se lembrar do motivo que o fez ter esse desejo de ir para a lua - que River se empenhava tanto para ele se lembrar.

O jogo é uma história delicada banhada de sentimentos tristes e nostálgicos para os personagens. Ao jogar você sente aquela sensação de impotência ao ver toda a historia de vida do casal, todos seus momentos bons, seus momentos tristes e suas decisões que cominam com o resultado nos dias atuais. Em To The Moon você aprende o valor do presente, de viver, e o peso que suas decisões trazem, mas que  são SUAS decisões e que o final delas não são mais importantes que nenhum dos momentos que levaram ate la. O incrível de To The Moon é toda a delicadeza que nos trazem na história, todos seus momentos pensados e todo o sentimentalismo que está empregado em cada fase da vida de Johnathan. As revira-voltas bem pensadas no roteiro são o climax do jogo, carregadas de emoção que te comove ao deparar-se com o motivo da tão inesperada vontade de querer ir para a lua.

Não se deixe enganar pelo gráfico "ultrapassado" do jogo, To The Moon da um banho em muitos jogos atuais, se você procura uma história a ser contada ele é um jogo certo para você. Mas se você não tem muita paciência para jogos em estilo de Point and Click onde o objetivo está somente no desenrolar da história, sem puzzles ou jogabilidade difícil, então passe longe deste titulo, embora eu ache que todo mundo deveria conhecer esta história, que sem sombras de duvidas, é uma das mais lindas que eu tive o prazer de ler e vivenciar. Você pode comprar o jogo em português pela Steam clicando aqui por 17 reais.

Gráficos: 8,5
Jogabilidade: 8,0
História: 10
Desenvolvimento da história: 10
Personagens Carismáticos: 10
Musica: 9,5

NOTA FINAL: 9,3


[Créditos pela fanart para donutisgreen]
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