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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Resident Evil 6 - É tiro pra todo lado, literalmente | Resenha


O mundo está acabando e você caiu de cabeça no meio disso tudo. Bem, essa ao menos foi a minha reação ao pegar no teclado pela primeira vez para jogar Resident Evil 6. Zumbis (sim! Temos zumbis de volta!), temos também as novas armas biológicas chamadas “J”avos, e um montão de outras espécies de B.O.W espalhadas em quatro campanhas diferentes. Cada campanha focada em um estilo de jogo; Leon e Helena (Horror sem Survivor), Chris e Piers (ação), Jake e Sherry (estratégia) e Ada (steath). Cada campanha em um país diferente (tendo encontro de personagens em algumas fases) e todas repletas de muitas explosões, snipers filhos da puta te derrubando no chão e muitos quick times event’s (pra infelicidade geral).


O game começa sem te dar um background mais geral, não importando com qual campanha você comece. Está acontecendo algo que envolve armas biológicas e você está lá, se você precisa de uma introdução mais detalhada não a terá.  Isso pode tornar o jogo mais misterioso para você ou apenas irritante.


Resident Evil 6 nos tráz Leon tentando entender o que causou o acidente biológico na faculdade em que o Presidente estava palestrando - ou algo do tipo (o que mais o presidente faria lá?), tendo como ajuda Helena Harper, outra agente da FOS, que aparentemente sabe mais do que devia e que promete explicar tudo para Leon em sua devida hora. Temos Chris com suas crises de meia idade a procura de vingança e fazendo Piers de babá.  Jake e Sherry fugindo pelo mundo, tentando voltar para o EUA levando a cura pro C-Virus – essa encontrada no sangue de Jake. E por fim a campanha da Ada, vinda diretamente dos estúdios da Televisa.


Em termos de jogabilidade o game não é ruim. É o melhor em relação aos seus dois últimos antecessores. Finalmente podemos surrar os inimigos, algo conveniente e que já devia existir nos anteriores. Afinal de contas, caso uma pessoa (principalmente um soldado – alguém treinado) ficasse sem munição, ele não iria simplesmente correr ou deixar que fosse morto. Agora você pode incorporar o Ryu e descer o pau neles.  Em relação ao nosso arsenal, temos menos armas e não podemos fazer upgrade nelas. No entanto podemos comprar habilidades e upa-las. As habilidades variam de conceder poder maior nas armas, encontrar mais munição, melhorar seus ataques físicos entre muitas outras coisas, podendo equipar três ao mesmo tempo. Os famosos arquivos que sempre encontramos durante a gameplay de Resident Evil foram reduzidos a meros emblemas azuis dos quais você precisa ficar procurando em cada ângulo do cenário para poder encontra-los.  Cada emblema vem com alguma informação (genérica) da história, só podendo ser lido no menu de recursos especiais, fora da gameplay. Isso já torna a historia do game mais limitada do que já era, mas entendo que essa decisão fora tomada para evitar que jogadores no multiplayer ficassem parados em algum cenário lendo arquivos enquanto o colega mata zumbis, atira em balofos e grita pelo voice over centenas de palavrões pro filho da mãe que deveria estar o ajudando.

As campanhas são bem divididas, mas fiquei com aquela sensação que a mais bem construída foi a de Leon. A campanha de Jake parece curta, a do Chris quase não tem chefes de fase, e a da Ada é basicamente um mini-game. No entanto em termos de jogabilidade foram sim bem elaboradas. Na campanha de Jake e Sherry somos perseguidos por Ustanak, uma arma biológica, creio eu, inspirada no Nemesis. Ele persegue Jake durante toda a gameplay e temos um bom entrosamento entre Jake e Sherry - Jake sendo um excelente personagem. Já a campanha de Chris lembra vagamente Resident Evil 5, com varias sequencias de ação, foi de fato a campanha que me cativou a jogar as demais pois era muito divertido toda a adrenalina contida nela. A de Ada é bem stealh e eu não curto essa jogabilidade pois sou um bosta mesmo, então não gostei  tanto. A de Leon tem toda aquela pegada apocalipse zumbi, com direito a cidade em caos, civis sobreviventes com direito a seus próprios dramas e obviamente, Leon capotando uns carros.


E falando em carros, em cada campanha eles nos obrigam a pegar algum veiculo, essa foi à parte mais chata para mim. O avião de Leon, o carro ou o caça de Chris, a moto de Jake. Nada tão chato quanto à parte do avião – eu sou realmente um bosta em QTE.

Por mais que eu tenha me divertido jogando RE6, esse é sem sombras de duvidas é o pior Resident Evil em termos de história e coerência. Parece que os criadores focaram tanto em nos trazer quatro campanhas diferentes que se esqueceram de construir uma história adequada e menos estupida. Temos fases onde zumbis correm de você carregando itens chaves. Zumbis! Eles não pensam! Mas mesmo assim quando ele vê você, ele corre, portas se fecham e você precisa persegui-lo. O enredo da traição e todo o motivo por trás do ataque biológico é deveras idiota. Eu não sabia se estava jogando Resident Evil ou uma fanfic de A Ursupadora. Os motivos de Chris Redfiled estar em depressão também são mal construídos. É aceitável ele ficar mal por todos os seus soldados morrerem, morrerem estando sob seu comando. Mas, não é como se ele fosse um soldado comum. A BSAA não manda suas tropas limparem os pinicos dos quarteis, eles são mandados para locais hostis, cheios de B.O.W, podendo muitas vezes serem novas espécies que nenhum deles tem treinamento para saberem lidar. Se em uma tropa comum do exercito, em uma guerra, a chance de muitos morrerem já é grande, imagina então quando seus inimigos são armas biológicas. Chris deveria ser bem treinado para estar ciente dessas coisas. O ódio que cresce nele pela morte de um soldado que era novato e ele mal conhecia é muito artificial, ver o grande Chris Redfiled agindo sem coerência durante a gameplay nã faz sentido. Que bom que tinha o Cristiano Ronaldo como parceiro dele (ele ao menos tinha o carisma que faltou no Chris em todos os Resident Evil’s que o mesmo protagonizou).


Resident Evil 6 é um excelente game para se divertir – sozinho – ou acompanhado. Mas como um Resident Evil teve muitos erros; história sem pé nem cabeça, má construção de enredos, situações envolvendo inimigos muito má pensadas. Mas não precisamos olhar apenas o lado negativo. Bons personagens nasceram ali como Helena Harper, Piers e Jake. As campanhas, independentemente de historia sem noção, são muito boas a valem a pena serem zeradas. O fanservice monstro que a Capcom colocou também diverte. Embora eu ache que já chega deles citarem Raccoon City em todo maldito jogo, eles já passaram por coisas bem piores que aquilo. As repetições de coisas que aconteceram em jogos passados impede que novos acontecimentos memoráveis surjam, embora nunca deixe de ser divertido zoar o Leon por não saber dirigir.


Gráficos: 8,2
Jogabilidade: 8,5
História: 5,5
Desenvolvimento da história: 6.0
Personagens Carismáticos: 8,8
Musica: 7,0

NOTA FINAL: 7,3

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