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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Paranoia, politica e linearidade | Final Fantasy XIII - Resenha


“O futuro não pertence aqueles que o esperam”

Finalizei esse game em 2018, mas acabei adiando a resenha e eis que decidi termina-la. Se trata do polemico Final Fantasy XIII onde entre dez postagens oito são falando mal... Aquele jogo que muitos consideram a ovelha negra da família(eu ainda considero o oito hein rs)...Para quem está por fora, o jogo recebeu muita critica negativa por ser linear até demais, não ter cidades exploráveis, história confusa, etc. Bom, eu acredito que cada um tem o direito de expressar suas experienciais sobre o jogo, mas fico muito feliz por ter experiênciado
o oposto. Honestamente entrou pro topo entre meus final fantasy’s favoritos – sua história, personagens e modo de batalha fluido, mas cada coisa de uma vez.

O jogo conta a história de um grupo de pessoas até então que não se conheciam e são forçadas a se ajudarem para concluir seus objetivos. No universo de Final Fantasy XIII existem dois mundos muito próximos um do outro – Cocoon e Gran Pulse, ambos com entidades consideradas divinas chamadas de fal'Cie (sendo Cocoon controlada por elas). Em Cocoon os fal’Cie são responsáveis por provir água, comida, energia, entretenimento, etc – tudo que a humanidade necessitar. Nesse mundo o modo que os fal’Cie encontraram para se comunicar e governar os humanos foi pelo porta voz humano dos fal’Cie, o governo teocrático Sactum. Em Gran Pulse os fal’Cie não interferem na vida humana os deixando viverem como bem quiserem – as cidades em Gran Pulse – como por exemplo Oerba, tendo estilos de vida comunitários. A questão é que os fal’Cie de Cocoon e os de Gran Pulse não se dão bem e aterrorizam a população de seus respectivos planetas alertando sobre o mal do inimigo. Isso acaba gerando uma grande guerra há mais de seis séculos atrás – tendo Cocoon como vitoriosa, mas deixando seus habitantes mais paranoicos em relação a seus vizinhos do mundo abaixo.



Os fal’Cie tem a habilidade de marcar humanos para cumprirem objetivos, essas pessoas marcadas são chamadas de I’cie. Os objetivos são chamados de focus e caso o humano não consiga cumpri-lo em determinado tempo ele se torna um monstro sem raciocínio denominado Cie'th e caso ele consiga cumprir seu focus ele se transforma em cristal que segundo a lenda vivera uma vida eterna.
Na história do jogo existe uma garota (Serah Ferron) residente de Cocoon que entra em contato com um fal’Cie de Gran Pulse que estava “adormecido” em Cocoon (provavelmente desde a guerra de séculos atrás), ela é marcada por ele se tornado uma I’cie de Pulse, gerando uma grande histeria em toda a população de Cocoon. Todos os habitantes que estavam próximos ao local que esse fal’Cie foi descoberto ou que entrou em contato com a garota são capturados, sendo dito para toda a população por intermédio da mídia que essas pessoas seriam expurgadas de Cocoon, sendo levadas para viverem em Gran Pulse, mas na verdade o que o governo iria fazer era exterminar todas elas. Essa garota em questão é irmã da protagonista Lightinhing e noiva de outro protagonista, o Snow. Ambos tramam seus próprios modos para irem resgata-la e é ai que o jogo começa, com Lightning dentro do trem para o suposto expurgo.

O jogo nos apresenta outros personagens tão importantes quanto, como o Sazh, Vanille, Hope e Fang – todos eles ligados de certa forma com os acontecimentos relacionados à irmã da Lightining e que posteriormente se tornam também I’cie de Pulse. A questão do focus que ganham é um tanto problemática, pois quando o fal’Cie os marcam eles não ganham instruções do que exatamente precisam fazer, apenas uma visão enigmática e a partir dai precisam se virar contra o tempo e contra todo o mundo de Cocooon que estão a seus encalços.


A história do jogo pode ser muito confusa no inicio, pois ela não é apresentada mastigada. A protagonista começa no trem do expurgo, cortando todos esses acontecimentos citados acima entre outros. Por ser um RPG, a gameplay acaba sendo extensiva e para ter uma ideia mais clean do que realmente esta acontecendo você precisa ao menos avançar mais de umas dez horas na história do jogo. A trama é muito bem trabalhada em Final Fantasy XIII com cada um dos seis protagonistas recebendo bastante atenção durante os dez primeiros capítulos do jogo, possibilitando acompanhar melhor todo o amadurecimento de cada um. Você só os controla livremente (ou seja escolher a sua party) apenas a partir do capitulo onze.

A personalidade de cada um dos protagonistas são um tanto estereotipadas – de todos mesmo e isso as vezes pode irritar, mas em geral sabem entreter bem. Como a Vanille que é forçadamente simpática o tempo todo, mas de longe minha personagem favorita, talvez por ser a mais humana dentre todos. Ela é a que sente medo, a que mente, que foge, mas que quando deve luta e se preocupa – ela também tem os melhores quotes. Temos a Lightining que por ter sido um soldado a sua vida inteira se porta de modo muito reservado. Ela é séria demais e badass. O Sazh é outro estereotipo, ele é o negro que conta piadas, me fez lembrar muito daqueles personagens de filmes de policial do inicio da década de noventa. As cenas dele junto a Lightining geralmente são muito boas, pois é um contraste divertido. O Snow é o único personagem que eu não gosto, o herói estereotipado, ele literalmente se chama de herói e é todo sorriso e positividade o tempo todo. Fang por mais que tenha presença eu a achei apenas okay, e por fim temos o Hope que você provavelmente não irá suporta-lo por grande parte do game já que ele está em sua vendeta pessoal.


Para quem está familiarizado com a franquia de Final Fantasy sabe que o estilo de batalha é geralmente por turno, ou seja; você ataca e espera o inimigo atacar e depois você ataca de novo. Esse sistema foi sendo aperfeiçoado durante os anos e se transformando em ATB (Active Time Battle), basicamente você ainda escolhe o que fazer em um menu (Atacar, Defender, magia, itens), mas os inimigos não irão ficar esperando você se decidir. Em Final Fantasy XIII temos algo bem parecido, mas aperfeiçoado. Aqui ainda temos os menus para escolhermos nossos movimentos, mas só controlamos um dos três personagens em nosso grupo. Existem seis classes em Final Fantasy XIII; Commando (basicamente o guerreiro, gera dano com suas armas), Sinergista (gera magica de proteção), Sabotador (enfraquece o inimigo, os deixa lentos, doentes e desprotegidos), Sentinela (provoca os inimigos os fazendo atacar apenas ele – e aguenta bastante dano), Ravanger (ataques por magia elementares) e os médicos. Você pode fazer com que todos os personagens desenvolva todas essas classes, porém você só pode fazer isso bem mais a frente no capitulo onze, o que geralmente te faz optar por continuar desenvolvendo as três classes já destravadas para cada personagem – que variam, o Hope por exemplo começa como medico, ravanger e Sinegista, Vanille como medica, ravanger e sabotadora. Você não pode mudar a classe deles durante a batalha e é ai que surge os paradigmas – um sistema inédito em Final Fantasy que te permite organizar um menu de classes podendo criar diversas estratégias que te beneficie dependendo de quantos ou de que tipos de inimigos você esta enfrentando. O Sistema Paradigma te permite mudar a classe dos personagens em tempo real, caso você esteja com seus personagens perdendo muita vida, você pode mudar o paradigma para uma opção onde os três personagens se tornam médicos (ou apenas dois deles), fazendo a cura se tornar mais ágil e dificultando que o Boss ou um grupo de inimigos te mate rapidamente. Eu particularmente gostava muito de manter um Commando, um médico e um Sinergista, mas as vezes utilizando o Sentinela que era bastante útil para desviar a atenção dos inimigos para apenas um dos seus personagens deixando os outros livres.


A gameplay de Final Fantasy 13, fora do modo de batalha peca muito no quesito exploração. É um RPG, e em games desse gênero você espera poder explorar o mundo dele, ter npc’s, e coisas do tipo. No entanto, em grande parte do game você literalmente anda reto. É um jogo com gameplay muito linear, mais linear até que jogos feitos para serem lineares. Entretanto o game nos presenteia com uma boa história e uma boa variedade de mapas e inimigos, junte isso ao modo de batalha incrivelmente viciante e talvez você não o considere esse jogo terrível que muitos os chamam. Mas perto do final do jogo somos presenteados com um pouco de exploração, quando os personagens viajam para o mundo de Gran Pulse e podem livremente explorar todo o mapa e inclusive escolher quem você quer na sua Party. O mundo de Gran Pulse também te possibilita fazer side-quests, que dê inicio até são interessantes, mas acabam se tornando muito repetitivas e sem nenhuma história realmente interessante por trás. Apenas “vá e mate tal monstro e cumprirá minha missão”, e quando finalmente finalizei o game não senti tanta vontade assim de continuar as side-quests de Gran Pulse ou chegar a nível máximo em alguma classe.

No final das contas, o décimo terceiro título da franquia nos presenteia uma gameplay com grande foco em sua storyline e peca ao não adicionar mais exploração ou outros elementos comuns em rpg’s que fizeram muita falta, principalmente se for levar em consideração que o titulo anterior a este foi bem ambicioso e todos estavam com muitas expectativas que Final Fantasy XIII tivesse todas aquelas características que fizeram o nome da franquia para a sua estreia no Playstation 3 . No entanto, com expectativas diferentes ou sem elas, você pode curtir bastante este jogo, pois tem boa história, bom modo de batalha e muitas horas de gameplay.


Gráficos: 9,8
Jogabilidade: 9,1
História: 9,6
Inovação: 6,5
Personagens Carismáticos: 8,5
Musica: 7,2

Nota final: 8,3

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