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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Sanitarium, um jogo de terror psicológico | Review

 

O mundo está passando por uma pandemia de um vírus letal que está matando a maioria das crianças. Seu personagem se chama Max, é um medico que está a procura da cura. Mas nada disso é revelado no inicio do jogo, tudo que é nos apresentado é que o carro do personagem principal bateu e ele acordou em um sanatório.

Sanitarium é um jogo de terror psicológico e point and click lançado em 1998 para Pc. Desenvolvido pela DreamForge Intertainment e publicado pela  ASC Games. O jogo foi um grande sucesso vendendo mais de 300 mil cópias e tendo um port para IOS e Android lançado em 2015.

Quando a gente pensa em jogos lançados em 1998 e gente pensa em ‎gráfico‎ e gameplay datados. E isso não deixa de ser um fato, mas também não deveria ser um obstáculo para podermos conseguir apreciar um jogo. Com Sanitarium não é diferente. Quando peguei o jogo para jogar fiquei com um pé atrás e o único motivo que me fez joga-lo foi por ter ganhado uma cópia grátis pela GoG Games. A visão isométrica do game me chamou à atenção (amo jogos com esse estilo de câmera) e quando me dei conta eu estava imerso na história de Sanitarium.

Geralmente os motivos para se jogar um Point and click são justamente sua história e puzzles que você pode resolver durante a gameplay. E Sanitarium entrega essas duas categorias muito bem. A história te deixa preso desde o inicio pela curiosidade: o que você está fazendo em um hospital para pessoas com problemas mentais? Você está doente? Por que você não se lembra de nada? A situação vai piorando na medida que você explora o local e percebe que algo não está certo. Está puro caos no lugar: pacientes batendo a cabeça na parede, um alarme soando alto, pessoas pulando do segundo andar... o que está acontecendo? Mas tudo se torna mais estranho quando um anjo de pedra te teletransporta para uma cidade... pera... como assim!?

É a partir dai que vemos que o jogo tem um toque de sobrenatural ou seria apenas loucura? Ao explorar esse novo cenário nos deparamos com mais coisas estranhas: não tem adultos na cidade e todas as crianças são desfiguradas ou esteticamente modificadas. Trazem também uma personalidade um tanto obscura, debochada e recheada de humor negro. Mas nada está tão ruim que não possa ficar pior. Quando você avança na investigação, descobre que essas crianças estão sob influencia de uma alienígena tipo planta que quer transformar todas as crianças em... plantas. Um tanto cômico? Não do modo que é apresentado; com uma atmosfera solitária e toda aquela narrativa de "isso está mesmo acontecendo?" deixa a gameplay no mínimo deliciosamente interessante de se progredir. Mas claro que isso é o segundo capitulo do jogo, pois no terceiro temos uma mudança de cenário e história, assim como vai acontecer em todos os próximos capítulos fazendo com que o jogo sempre renove o seu interesse em explorar aqueles novos locais e chegar cada vez mais perto da verdade.

Point and Click bom é com muito dialogos e Sanitarium tem bastante disso. Uma quantidade mediana de Npcs, mas com uma variedade de opções de dialogos e com uma dublagem excelente. É até interessante pensar nisso. Jogos como Fallout 3, lançado anos depois e por uma grande desenvolvedora, trazia uma grande gama de npcs, mas os atores contratados para dublar eram poucos ao ponto de vermos diversos personagens tendo a mesma voz. Isso não acontece em Sanitarium onde cada personagem tem uma voz única, muito bem articulada e que combina com os personagens, suas personalidade e ate o contexto em que eles estão inseridos.

Ah, e claro que não podemos nos esquecer dos puzzles. Eu confesso que trapaceei no capitulo da "Colmeia" e olhei um detonado. Não por ser difícil, mas por ser um capitulo que achei bem chato. No entanto os puzzles do jogo não são fáceis, mas também não chegam a ser injustos. Por ser um jogo point and click e que em uma boa parte da gameplay não pega em sua mão, você terá que investigar bem cada cenário e cada objeto para poder sair de algumas situações.

E a movimentação? É ai que fica minha critica. Você se movimenta com o botão direito do mouse, mas é uma movimentação tão truncada que às vezes ela te colocara em apuros ou te passara muita raiva (como no capitulo do labirinto ao tentar subir as malditas escadas). Mas não chega a ser algo tão frustrante. Você se acostuma com a movimentação e ela só te causara dor de cabeça poucas vezes.

Mas tem em português? Infelizmente não. Até que tem uma tradução que havia começado a ser feita em 2014, onde traduziram uns dois ou três capítulos, mas ficou por ai. Não aconselho a usa-la, pois vai crashar o seu jogo no capitulo da funerária quando o seu personagem for ler uma mensagem que está dentro das gavetas de corpos. E falando em bugs eu mesmo não encontrei nenhum na versão que eu joguei (versão da GoG, que é diferente da versão do Steam). Mas na internet você vai encontrar MUITA gente reclamando de bugs. E sim, eu só descobri isso porque meu jogo crashou por causa da tradução, mas como eu não sabia o motivo fiquei horas e horas tentando soluções.

Sanitarium definitivamente vale a pena ser jogado. Mas infelizmente você precisa ter uma boa noção de inglês(ou infernizar algum tradutor para pegar o projeto). caso decida jogar irá encontrar uma história no mínimo intrigante e bem única e irá passar algumas horas na pele de Max, investigando e batalhando contra situações que não vemos no cotidiano. 


Gráficos: 8,0

Jogabilidade: 6,0

História: 8,8

Inovação: 7,5

Personagens Carismáticos: 8

Musica: 8,0

Nota final: 7,7

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