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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Finding Teddy - Quando o macabro se torna encantável | Resenha


Finding Teddy é um daqueles jogos que usamos apenas a seta do mouse para nos locomover e que aparentemente não tem profundidade alguma até nos aventurarmos por seu mundo e descobrirmos que até o mais simples pode ter um universo todo escondido atrás de seus pixels e controles básicos. E não é apenas seus controles que são básicos, sua trama principal também e mesmo assim surpreende, não com palavras, mas com todo o encanto que seus cenários e personagens (basicamente mudos) conseguem passar.



Em Finding Teddy você é uma garotinha que é surpreendida na madrugada com "alguém"- aparentemente um monstro, roubando seu ursinho de seus braços enquanto você dormia, e o levando para dentro do guarda-roupa. A partir dai você descobre que seu guarda-roupa é uma passagem para um mundo totalmente novo. Definitivamente uma cena inspirada em As Cronicas De Narnia, e perdão, pois não sou muito adepto a franquia, logo foi a única referencia que consegui notar. Mas acredito que o jogo se inspira muito mais no mundo extraordinário de Alice no Pais das Maravilhas, e você irá entender o por quê.

Ao inicio da gameplay você se encanta com toda aquela cor gritando para fora da tela, com paisagens verdes, cheias de vida, notando-se bem que o criador soube aproveitar seus dons no pixel art entregando um mundo muito bonito de se assistir. Porém, em contraste com toda essa cor e vida, temos a personagem principal, que é em preto e branco. Eu achei muito bonito essa divergência toda, me fez lembrar do erro no cabelo do Link em A Link To The Past, que dava um destaque maior a ele entre toda aquele cenário verde. Logo no começo você se depara com dois caminhos (esquerda e direita) e caso você escolha a esquerda irá encontrar um monstro (sem ter aparência bestial), também em preto e branco, impedindo o seu caminho. Se você clicar nele ele irá abrir a boca e te comer. E você se verá no estomago dele sendo digerida e se tornando apenas ossos. Pois é, o mundo magico e aparentemente inofensivo acaba ai, ou não? Basicamente uma característica do mundo de Alice, onde ela encontra criaturas fantásticas sendo muitas delas perigosas. E temos até um gatinho em um arvore que se torna seu companheirona de viagem, sim, pegamos essa referencia.

Após sua morte (que veja só, destranca conquista), eu optei obviamente pelo caminho a direita. E logo de cara vemos uma maçã (?) caída no chão. E bem, meus amigos. Fica meio obvio que você deve dar a maçã para o monstro para poder passar. E foi exatamente isso. Ao jogar a maçã para o monstro (antes preto-e-branco) ele ganha cor (amarela) e libera o caminho para você. O bixinho só estava com fome. Todos os inimigos que você encontra pelo jogo são assim. Descoloridos, pois eles estão querendo algo, ou passando por uma situação difícil. Caso você não tenha o que ele precisa ele irá te matar, de uma forma macabra e bem dolorosa. Mas caso você tenha, ele irá sair do seu caminho ou te dar um item para que você possa prosseguir na sua jornada de encontrar seu ursinho roubado. Dai fica claro que a personagem principal está em preto e branco porque ela é que nem aqueles "monstros", ela está triste, lhe falta algo, que no caso é seu ursinho.


A jogabilidade foca em puzzles para serem resolvidos, principalmente com uma mecânica de notas melódicas. Os seres desse outro mundo se comunicam com você por melodias e é necessário você aprender isso para seguir em frente. Cada nota representa uma palavra do nosso idioma, e eles sempre estão dizendo mensagens para você, as vezes importantes para você alcançar o seu objetivo. No começo eu achei deveras cansativo isso de notas musicais, muito massante você ter que descobrir qual nota deveria tocar para continuar. Mas isso era porque eu não sabia que as notas representavam o abcedário, logo depois que descobri sobre isso o jogo ficou mais fácil ainda, e pude salvar o Teddy, das patas cabeludas do ladrão.

Finding Teddy é um jogo que encanta por toda sua peculiaridade. É um jogo que conversa com o jogador sem precisar de textos ou expressões faciais. Ele tem seu próprio jeito, as vezes por suas canções outras pelos significados de seus gestos. E no final você descobre que o único monstro mesmo é a falta de empatia.

Gráficos: 8,9
Jogabilidade: 6,6
História: 7,9
Desenvolvimento da história:8,8
Personagens Carismáticos: 7,9
Musica: 8,5

Nota FINAL: 8,1


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