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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Cthulhu de samaritano? - Cthulhu Saves the World | Resenha


Cthulhu. Esse nome é familiar para você? Certamente você já o escreveu errado e certamente até hoje é um grande dilema a pronuncia certa do mesmo, mas caso você não faça a mínima ideia do que diabos eu esteja falando ainda assim são grandes as chances de você já ter visto o Cthulhu ─ ou ao menos alguma referencia dele seja em filmes (vários), séries (teve até em Sobrenatural), desenhos (South Park, Aquaman) ou claro; jogos. Cthulhu é uma
entidade cósmica criada pelo escritor estadunidense H.P Lovecraft lá em 1926. Com a forma de um polvo gigante ele é basicamente invencível e pode deixar qualquer um insano apenas com sua presença. O polvão é uma figura muito presente na cultura pop e atualmente ele voltou aos holofotes graças a um game lançado no final de 2018 chamado Call of Cthulhu ─ baseado no RPG de mesa de mesmo nome que alias, também é o nome do conto de onde o polvo surgiu. Mas essa postagem não é sobre esse jogo recente, mas sim de um RPG de turno lançado em 2010 intitulado Cthulhu Saves The World.

Mas como assim a entidade demoníaca destruidora cultuada por um bando de doidos atrás de poder e escuridão salvou o mundo? Bom, essa é basicamente a ideia em Cthulhu Saves The World, um jogo parodia, onde o Polvo maligno acorda de seu sono milenar pronto para transformar tudo em trevas, mas uma silhueta de alguém aparece em cima de um penhasco e retira a maioria de seus poderes (incluindo aquele apelão de deixar qualquer um que se aproxime dele insano), o narrador da história após esses acontecimentos diz ao Cthulhu (sim, quebra da quarta parede) que o único modo de reaver seus poderes é se tornando um verdadeiro herói e a partir dai o Polvo humanoide (pois é, no game ele tem um corpo bem fitness) parte pelo mundo a procura de aventuras que o tornem um herói de verdade.


A história mesmo sendo uma espécie de parodia tem lá a sua coerência, afinal Cthulhu só aceitou salvar o mundo para obter seus poderes de volta e tudo que acontece durante a gameplay tem uma explicação. O problema fica na falta de profundidade, todos os acontecimentos são bem resumidos, te impedindo de ter uma experiência mais completa que o jogo poderia sim trazer levando em consideração que sua gameplay não é ruim. A exploração existe, pois existem dungeons opcionais espalhadas pelo mapa, creio que umas três ou quatro, além da dungeons que fazem parte da história serem cheias de corredores que provavelmente te levaria a algum tesouro ou equipamento melhor, mas eu achei os mapas muito parecidos dentro das dungeons e um tanto que irritante dado a grande quantidade de encontros aleatórios (para quem não tá ligado é quando você esta andando e poow começa uma batalha), você simplesmente quer chegar logo no boss e acaba se perdendo, pois entrou no corredor errado, afinal são todos parecidos e muito longos! Eu não tive vontade alguma de explorar as opcionais. Deixando de lado as três ou quatro dungeons opcionais o jogo é bastante linear. Você só destrava novos lugares no mapa após completar as quests da cidade em que você estiver e não existe sides quests ou cidades opcionais. Todas as cidades que você encontra no jogo foram pegas de algum conto do H.P Lovecraft (tem até a cidade natal do escritor), alguns inimigos, incluindo a maioria dos chefes foram também tiradas do universo fictício do autor. Os diálogos mesmo sendo poucos para um RPG são repletos de tiradas e piadinhas até que divertidas, deixando o game com uma atmosfera bem bacana.

No jogo, assim como a maioria de jrpgs com aquela pegada Final Fantasy/Dragon Quest da vida, Cthulhu não está sozinho. Ele encontra diversos outros companheiros para se juntar a ele na aventura, dentre eles uma healer, uma necromance, mago, guerreiro e até mesmo um dragão (além de outros mais que eu não me interessei muito e fiquei basicamente o game todo com os quatro primeiros que apareceram). As batalhas são por turno, mas daquela moda antiga, sem aparecer os chars dos heróis, apenas os dos vilões e as escolhas em baixo. Cada herói tem quatro opções no menu: atack, tech, Magic, Potion e Unite. Atack é o ataque padrão que geralmente é 50 por cento menos poderoso que os melhores golpes que você encontra em Tech que por sua vez abrange os ataques poderosos não mágicos. Magic obviamente é onde se encontram os ataques mágicos e buffs e debuffs. Potion é reservado para as potions que você encontra durante o jogo (não tem como compra-las e servem para reviver um personagem ou restaurar HP) e por fim Unite que é algum ataque combinado com outro char ─ podendo até mesmo invocar alguma criatura para ajuda-lo em batalhas, eu particularmente só usei o Unite por curiosidade. A cada  final de turno os inimigos que sobram ficam mais fortes, e caso termine a batalha ainda no primeiro turno o seu MP (responsável pelos ataques em Tech e Magic) são restaurados. De qualquer forma no final da batalha caso ganhe o seu HP é totalmente restaurado. Assim como em qualquer RPG é bom usar o bom senso na hora de montar sua party e pensar em quais personagens são indispensáveis. No caso, ao menos para mim, a única personagem indispensável foi a Umi ─ a healer, obviamente por poder curar ou reviver um aliado. O Cthulhu é bastante forte também, mas não tem como tirar ele da party, de resto, os outros personagens davam danos aceitáveis e você pode optar pelos que você tenha mais afinidade. 



As batalhas não são difíceis, ao menos não serão se você prestar atenção e souber o que esta fazendo, estar ciente que tal personagem tem um debuff bom para usar contra tal chefe, e aquele outro char que tem um buff ótimo que duplica o ataque do mesmo. Sobre armas e armaduras não tem muito o que falar. Geralmente nas cidades que você visita sempre tem uma loja que as vende, mas nem sempre tem para todos os personagens. Você pode encontrar as mesmas armas das lojas ou até melhores nas dungeons (e provavelmente nas opcionais que como eu já disse, não tive vontade de explorar). Não é difícil de se equipar, pois não há uma grande variedade de armas e armaduras e se haviam armaduras melhores nos extensos corredores das dungeons que eu decididamente ignorei, certamente não me fizeram falta.


Cthulhu Saves the World é um rpg de turno com gráficos retrôs onde os desenvolvedores apostam no humor com muitas referencias aos contos do H.P Lovecraft e a jrpgs populares, com uma gameplay linear e poucos diálogos. Definitivamente terminável em apenas um dia. Não é uma boa opção para quem curte algo mais aprofundado com mais explorações e mistérios, mas longe de ser algo ruim e cansativo. Para quem curte rpg por turno com um gráfico mais antigo e recheado referencias a contos do Lovecraft e a outros jrpgs vale a pena dar uma conferida. 



Gráficos: 7,1
Jogabilidade: 7,0
História: 4,0
Desenvolvimento da história: 4.0
Personagens Carismáticos: 7,1
Musica: 7,7

NOTA FINAL: 6,1



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